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Paola com 1 mês

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Para atualizar a situação daqui de casa… não preciso nem mencionar a correria e a alegria que tem sido. A Helena ama sua maninha, que é um bebê muito querido! Porém apresentou desde a primeira semana de vida muitos gases e cólicas, além de pouco ganho de peso. Na dúvida se tinha ou não quantidade suficiente de leite, iniciamos o leite especial Neocate através da sonda Mamatuti – pra evitar contato com fórmula de leite normal e incentivar a amamentação. Como os sintomas continuavam e também a dúvida (seria da “fase” ou já sintomas de aplv?) decidi entrar na dieta da exclusão do leite. E cá estamos!

A dieta não é tão difícil quanto imaginei, já que tenho acesso a muita informação com relação a produtos. Porém a tentação é que é difícil… ver um brigadeiro lindo na prateleira da padaria e não poder comprar dói no meu psicológico. Mas tudo bem, vou levando =) Tudo pelo bem da pequena! Por sorte, tenho uma grande amiga passando pela mesma fase e compartilhamos informações e receitas constantemente. Sempre é bom ter alguém que de alguma forma nos ajuda a carregar o fardo =) Obrigada Ana!

No mais, é isto! Conforme tiver tempo vou postando novidades pra vcs. Caso queiram algo especial, solicitem!

Com carinho, Samanta!

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Paola

Helena, Papai e vovô ao fundo admirando a pequena Paola

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    Minha segunda filha, Paola, nasceu! Estamos muito felizes e obviamente atarefados, mas gostaria de já dividir uma vivência interessante: não realizei nem estou realizando a dieta restritiva sugerida por muitos médicos  -porém esta foi a indicação da gastropediatra da Helena. Estou consumindo a menor quantidade possível de leite e derivados, mas não estou controlando traços. A Paola costuma dormir enquanto mama, nasceu com menos de 3kg então segundo a pediatra isso é normal, pois cansa  – portanto iremos consultar toda a semana para garantir sua evolução de peso. Já estou tomando medicação para ter certeza de que há a produção adequada de leite, utilizando bomba elétrica para tirar o leite que ela não mama e oferecê-lo a ela em seguida, garantindo que se alimente da gordura do leite (que normalmente vem depois de uns 10 minutos mamando de acordo com a ped) e ainda, se precisar complementar, o faremos com o Neocate, para evitar o desencadeamento de aplv pela oferta precoce de fórmula (obviamente considerando que a irmã Helena teve aplv e a chance de ela ter também é altíssima). Estou confiante na amamentação e no crescimento saudável da minha pequena, me desejem sorte! Com carinho, Samanta.

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Depoimento de cura: Mamãe Luciana

Depoimento maravilhoso da minha querida amiga virtual Luciana do blog que acompanho: http://lumaedamalu.blogspot.com.br/2014/12/a-cura-da-alergia-alimentar.html 

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Neste Natal, Papai Noel não precisava me dar nada de presente! Isso porque tudo o que eu mais desejava veio um pouco antes do Natal: a cura da alergia à proteína do leite da Malu.

Deixa eu contar como foi… Depois da consulta com o alergista, do Prick-Test negativo para leite e do TPO sem reações, a Malu foi liberada para beber leite, consumir alimentos feitos com leite e derivados.

Eu planejei uma reintrodução gradativa, oferecendo primeiro alimentos assados feitos com leite (bolos e biscoitos), depois derivados e, por último, leite in natura. Testando cada tipo de alimento por bastante tempo.

Mas, na prática, não aconteceu bem assim, os alimentos foram testados conforme apareciam as oportunidades… Percebi também que era necessário liberar o consumo de bolos e biscoitos feitos com leite na escola, porque como ela faz as refeições por lá, eu não conseguia oferecer em casa.

Uma dúvida que surgiu quando comecei a reintrodução, era se devia contar para a Malu o que estava acontecendo, porque nós sempre conversamos muito com ela. Mas, depois de eu trocar ideias com outras mães de alérgicos, eu e o papai conversamos e decidimos fazer um teste “às cegas”, ou seja, não falar nada para ela. Achamos melhor assim para evitar que ela ficasse confusa ou que rejeitasse os alimentos e ainda temendo uma possível reação que nos fizesse voltar a dieta de restrição.

Nos primeiros dias, ela ainda fazia a clássica pergunta: “tem leite, mamãe”? E nós dizíamos que não tinha leite. Mas, aos poucos, parece que ela percebeu que alguma coisa tinha mudado… Talvez por não estarmos mais tão atentos ao que ela comia e nem enchendo a cabeça dela com as recomendações sobre não comer nada que não fosse dela. Logo começou a demonstrar mais curiosidade com os alimentos, principalmente, nos supermercados e padarias, o que antes não acontecia, e deixou de perguntar sobre o leite.

Além dos biscoitos e bolos, outros testes foram acontecendo… Um bombom oferecido como sobremesa num churrasco, um salgadinho com queijo num batizado, um danoninho na casa da madrinha… até que chegarmos ao pão de queijo da padaria, o brigadeiro do café do shopping, o sorvete, a pizza com queijo! E, graças a Deus, nenhuma reação! A não ser a alegria estampada no rostinho dela cada vez que experimentava algo diferente ou que comia o mesmo que todos os demais.

Mas nem tudo foi tranquilo… Com um pouco mais 30 dias de testes, um aumento da secreção nasal e crises de tosse, me fizeram pensar em uma reação alérgica. Mas iniciamos um tratamento para rinite alérgica e os sintomas foram embora, graças a Deus!

Eu precisei também enfrentar o medo e a resistência que eu criei ao leite de vaca (depois de tudo o que eu li, tenho certeza que leite de vaca é para bezerro e foi um grande erro o homem começar a consumí-lo). No início, eu me sentia como se estivesse dando veneno para a Malu! Mas como não podia exigir que ela continuasse em restrição, optei por continuar evitando o leite nas receitas em casa, até por conta da minha intolerância à lactose, mas liberar o consumo de alguns derivados e fora de casa, em ocasiões especiais.

Na verdade, como ela já está com mais de 3 anos e meio, com hábitos alimentares e paladar praticamente formados, ela nem gosta de alguns alimentos, principalmente doces. Também não gostou de queijo e não toma leite nem com achocolatado. Mas em compensação, se apaixonou por pão de queijo!

Ah, se você me perguntar porque eu demorei tanto para contar essa novidade, eu te digo: eu estava morrendo de vontade de publicar aqui no blog, mas achei melhor esperar um pouco e ver se tudo dava certo mesmo… Mas agora, com quase 3 meses de testes (considerando que a Malu era alérgica mediada), não acredito que possam haver novas reações.

Enfim, a cura chegou! Confesso que eu tentava não pensar muito em quando esse dia iria chegar, mas claro, nunca deixei de desejá-lo.

Eu gostaria que toda mãe que tem um filho alérgico pudesse experimentar essa sensação de leveza que vem com a cura.

É essa a sensação que eu tenho: de uma vida mais leve! Com menos preocupação, menos trabalho e algumas pequenas alegrias, antes esquecidas, como tomar um café no shopping ou comprar um pão de queijo na padaria.

Nesse momento, eu tenho vontade de escrever tanta coisa, mas não posso deixar de agradecer:
Em primeiro lugar, a Deus, por ter me dado forças para superar as dificuldades, e saúde para a minha filha, apesar da alergia.
Pela parceria do meu marido, que mesmo achando que eu era um pouco exagerada, sempre respeitou as minhas opiniões com relação à alergia e me ajudou nos cuidados.
Pela compreensão dos meus familiares e amigos, que pacientemente ouviram as minhas explicações sobre alergia (lembrem-se sempre que não existe alergia à lactose, viu?) e foram cobaias das minhas receitas.
Por ter me tornado uma mãe melhor, mais dedicada, mais esforçada e ciente da força que uma mãe tem quando precisa defender a sua cria.
Por tudo o que eu aprendi sobre alergia alimentar e a culinária sem leite.
Pelas amizades que fiz nos grupos virtuais de mães, fontes de apoio, colo e informação.
Preciso dizer também, que mesmo com a cura, eu vou continuar sendo uma mãe APLV e desejando um mundo melhor para famílias que enfrentam a alergia alimentar:
Com mais pesquisas sobre as alergias alimentares e seus possíveis tratamentos.
Com mais profissionais de saúde mais qualificados para diagnosticar e tratar a alergia.
Com mais informações chegando à população, para que as pessoas conheçam, respeitem e auxiliem na inclusão dos alérgicos.
Com informações claras e verdadeiras nos rótulos dos alimentos (Conheça o movimento Põe no Rótulo https://www.facebook.com/poenorotulo?fref=ts ).
Por fim, para as mães e pais que estão nessa caminhada, o que tenho a dizer é que tentem tirar o foco da alergia e levar a vida o mais leve possível. Que não pensem muito em quando a cura vai chegar, mas que mantenham a fé, pois um dia ela chega!

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Atualizando!

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Fim de ano sempre é corrido pra qualquer mãe, quem dirá pra mãe professora… correria total, depois férias e descanso e o ano já começou a todo o vapor com o chá de fraldas da minha segundinha que logo chega. Agora estamos nos preparando para a festa de 2 anos da Helena e a chegada da Paola em breve. Ufa!

Tenho recebido muitos emails e comentários e tento ao máximo responder a todos rapidamente, espero estar ajudando!

Muitas pessoas já me perguntaram se tenho “medo” da Paola também ter APLV e sim, tenho, mas hoje sou muito mais informada então se tiver acho que não me sentirei tão amedrontada (mas obviamente que espero que não). Peço a compreensão se caso demorar um pouco mais nos retornos e posts.

Um abraço a todos os leitores =)

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Helena com 1 ano e 8 meses

Sendo ela a razão da existência do blog, não é justo não falar mais dela. Minha Helena com 1 ano e 8 meses, cada dia mais falante, sapeca, graças a Deus feliz e saudável. Como todos sabem já curada da APLV, mas mesmo assim tento ao máximo manter sua alimentação em bons padrões. A fase de desânimo na cozinha já passou (era o desânimo geral do primeiro trimestre da nova gestação) e estou retomando os testes de receitas. Essa semana que passou percebi num passeio ao shopping o quanto ela gosta de sorvete, cheguei em casa e testei essa receita e ela adorou! Mais uma opção aos alérgicos! =)

http://gnt.globo.com/receitas/receitas/sorvete-de-frutas-congeladas-receita-da-bela-gil.htm

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Nem sempre é fácil / Novo baby à caminho

Às vezes confesso que achei que seria fácil viver sem leite… mas sinceramente nunca foi! Na verdade a escolha do nome do blog foi proposital, conviver com a aplv “sem neuras” é muito difícil em certos momentos, pois estava acostumada com minha forma junkie de se alimentar! Eu tomei muito leite, comi muito queijo, brigadeiro, doce de leite e iogurte a vida toda e até por isso a descoberta da aplv foi um baque pra mim. Mas durante o processo consegui reunir forças e deu tudo certo (como sabem minha Helena já estava curada com 10 meses de vida – eu não fiz a dieta da exclusão pois ela mamava o Pregomin, mas nós tiramos o leite de casa pra evitar o contato de pele). Hoje a Helena tem 1 ano e 7 meses e pode comer de tudo. Já que ela estava curada, confesso que relaxei. Não voltamos ao estilo de vida de antes, em que eu tomava 2 copos de leite com achocolatado por dia além de 2 queijos quentes e 2 iogurtes (fora o doce de leite e brigadeiro), mas de repente, percebi que sem querer incorporei mais coisas com leite do que gostaria na nossa rotina e pimba, cá estou eu novamente “viciada” em ingredientes com leite (aliás, sabiam que a caseína, uma das proteínas do leite é viciante? Se não, pesquisem, é de cair o queixo!). Estou grávida novamente (viva, 12 semanas) e tem me incomodado bastante o fato que venho me sentindo meio mal – cansada, enjoada, desanimada. Analisando bem sinceramente, acho que estes efeitos se devem à falta de exercícios e a alimentação, que não é mais tão equilibrada quanto na época da aplv. Por isso o título do post, nem sempre é fácil, mas eu sei o quanto uma alimentação mais saudável e com menos/sem leite me fez bem, portanto rumo de volta. Além disso, vem a pergunta que não quer calar: este próximo baby terá APLV? Tenho medo, obviamente. Nos grupos de discussão que participo já vi histórias de mães que fizeram a dieta da exclusão já na gestação, mas entrei em ctt com a gastro da Helena e ela afirma que não devo (assim como a nutricionista que fui a pouco tempo visando essa nova/velha reeducação alimentar). Conforme a médica, se o novo bebê tiver a alergia (sendo ela genética) a dieta não mudará este fato. Se caso desenvolver sintomas da alergia aí sim procurar especialista e analisar o caso. Confesso que fico um pouco aflita, mas isso de nada vai adiantar certo?! Por hora, enfrentarei a realidade e necessidade de se re(re)educar e (re)começar de novo =)

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Depoimento Thais – mamãe Mateus

Mais um lindo depoimento… obrigada Thais por participar!

Sou Thaís, 27 anos, mãe do Mateus. Ele nasceu de parto cesáreo, com idade gestacional, peso e altura adequados. Não teve nenhuma complicação grave nos primeiros 15 dias de vida, a não ser pela dificuldade em conseguir mamar ao peito. Eu tinha mamilo invertido isso dificultou muito, usamos a técnica de translactação, e depois disto, tivemos êxito.

Com mais ou menos 20 dias de vida, começaram as “cólicas”, Mateus chorava desesperadamente. Eu, apesar de mãe de primeira viagem, sabia que algo não estava certo, mas todos (inclusive os pediatras que procurei) me disseram se tratar das tais cólicas, que passariam em três meses. Os três meses se passaram, mas as cólicas não. Resolvi procurar outro pediatra, meu marido e eu já estávamos desnorteados. Encontramos um pediatra que avaliou o Mateus e descobriu o refluxo oculto, tomou a medicação por um mês e, segundo ele, ficou curado do refluxo, mas o desconforto e inquietação do Mateus não haviam acabado. Dias depois, observei uma assadurazinha que não consegui dar conta dela com as pomadinhas conhecidas, e aí fomos nós ao pediatra de novo. A esta altura do campeonato, Mateus já estava com a pele toda ressecada, com diarréia com sangue e vômitos em jato.  Neste dia, tivemos o diagnóstico da APLV. Saí de lá com a recomendação de evitar leite e derivados, e assim o fiz, mas a melhora não aconteceu. Vasculhei a internet tentando descobrir mais sobre esta tal APLV, e conheci este blog. Ia lendo as pessoas falarem que tinham trocados utensílios de cozinha, eu fiquei em estado de choque. Samanta foi uma das responsáveis por me encorajar a confiar em meu instinto e segui-lo. Eu pensava que seria impossível manter o Mateus longe das proteínas do leite e sendo amamentado. Como não sabia ainda o que consumir, me alimentei com arroz, inhame e batata por 15 dias, e perdi mais de 6 quilos.

Depois que o período de “choque” passou, as coisas foram ficando mais claras, comecei a participar de um grupo de mães de crianças APLV no facebook, e lá, aprendo sobre a APLV até hoje. Troquei utensílios de cozinha, controlei traços nos alimentos e cosméticos, evitei contato do Mateus com as pessoas. Sim, evitei sair até de casa! O Mateus reagia a contato e as pessoas não entendiam que não poderiam colocar as mãos nele estando sujas com alimentos, ou mesmo beijá-lo com batom. Para evitar reações, eu evitei contato com as pessoas até que ele não reagisse mais a contato na pele. Fui rotulada de exagerada, de maluca, de que eu estava com excesso de zelo, mas tudo que fiz valeu a pena. E as pessoas que realmente gostam de nós sempre compreenderam e ajudaram.

Cheguei a procurar alguns especialistas, que sabiam menos de APLV do que o pediatra e por este motivo, hoje o Mateus vem sendo tratado pelo pediatra que o diagnosticou com APLV, e pelos meus instintos. O que eu aprendi com a APLV? Aprendi a confiar em meus instintos, aprendi que eu sou para o Mateus a melhor mãe que ele pode ter, aprendi que o leite pode ser substituído, e seus substitutos fazem seu papel muito bem, rs. Que é responsabilidade nossa se interar sobre a doença para auxiliar no tratamento. Aprendi que existe vida, e vida normal depois da APLV.

Mateus hoje está estabilizado, os sintomas mais graves acabaram, resta apenas a dermatite atópica (pele ressecada), mas esta não me amedronta, hoje sei que ela vai embora quando a cura vier. É muito importante salientar que eu não teria chegado até aqui sem ajuda de meus familiares e amigos. Minha mãe e meu marido fazem a dieta junto comigo e assim me ajudam a garantir o leitinho do Mateus até quando ele precisar. Aos amigos virtuais, que muitas vezes me ouviram e me responderam emails, não é Samanta? Em breve estaremos comemorando a cura por aqui!

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Depoimento – Mamãe Luciana

Este depoimento é muito especial pra mim, de alguém que sempre me inspira com suas postagens… O foco do depoimento é a tão temida hora do teste. A Lu expressou muito bem o medo que (acredito eu) toda mãe sente antes da tão esperada e ao mesmo tempo temida hora do teste de desencadeamento. Obrigada Lu por me deixar partilhar seus escritos! Fonte: http://lumaedamalu.blogspot.com.br/2014/07/o-medo-que-quase-me-paralisa.html

A Malu começou a apresentar sintomas de refluxo aos 10 dias de vida, regurgitava muito, chorava durante as mamadas, jogava a cabeça para trás. O pediatra diagnosticou como refluxo fisiológico e ela começou a tomar medicação aos 20 dias, primeiro Motilium, depois Losec Mups que tomou até os 8 meses.
Com 3 meses apareceram algumas lesões de pele (áreas ressecadas, feridas nas dobrinhas, casquinhas atrás das orelhas), o pediatra dizia que tudo era normal, mas levei numa dermatologista que diagnosticou como dermatite atópica e indicou o tratamento a base de xampu, sabonete, creme hidratante e pomadas. Com o tratamento a pele ficou ótima.
Quando ela estava com 5 meses, tentei introduzir o leite artificial, com consentimento do pediatra, pois estava preocupada com a minha volta ao trabalho, mas ela não aceitava. Comprei vários tipos de bicos, de mamadeiras, de leite, insisti até que ela teve a primeira reação alérgica (urticária) após ingerir 70 ml de Nestogeno. Levei no pediatra no mesmo dia, mas as manchas já tinham sumido e ele descartou a APLV, pois ela não tinha outros sintomas e ganhava peso normalmente (bem demais até).
Suspendi a introdução do LA e segui amamentando. Quando voltei ao trabalho, ela foi para a  escolinha e, na primeira semana, teve nova reação após ingerir uma papinha com leite. Desta vez, teve urticária e vômitos. Nesse mesmo dia fizemos um Prick-Test e ficou comprovada a alergia ao leite e ovo (para minha surpresa porque ela nunca teve reação com ovo). O teste para soja deu negativo.
Procurei um alergista que me orientou a não fazer dieta, pois ela não reagia com o leite materno (será que não reagia ou eu não percebia???). Ela mamou até 1 ano e 2 meses, quando parou por conta própria.
Nessa mesma época, enfrentamos muitos problemas respiratórios, ela tinha muita tosse e chiado no peito. Fizemos até um tratamento com aromaterapia para melhorar a imunidade e acredito que ele tenha ajudado muito.
Quando ela deixou o LM, a orientação do pediatra foi introduzir fórmula de soja, mas ela também não aceitou. Aliás, ela nunca aceitou nenhum leite de fórmula ou vegetal (nem puro, nem com frutas, com Vitalon, aveia, baunilha, nada). Aceitava apenas na forma de mingau. O restante sempre comeu bem, toma suco de frutas e iogurte de soja. Nunca reagiu a outros alimentos.
A algum tempo os problemas respiratórios diminuíram muito, praticamente não tem mais o chiado que a acompanhava, mas apresenta o nariz congestionado ou com secreção de vez em quando. A pele está boa, parece ser mais sensível que o normal, aparece uma manchinha aqui ou ali que não consigo distinguir bem qual a causa, mas não se compara a pele de antes do diagnostico da dermatite atópica. Não teve mais urticária, vômitos, diarréia, o intestino funciona bem, dorme bem.
Seguimos em dieta livre de leite e derivados, mas com pouco controle de traços (come na escola, em restaurantes, poucos derivados ainda entram em casa, mas evito produtos como biscoitos, pães, bolos, chocolates que sei que contém traços). O ovo suspendi por algum tempo, mas depois reintroduzi novamente e hoje o Ig-E é negativo.
Em maio ela completou 3 anos, refizemos os exames e o Ig-E do leite deu 0,31 (alergia muito baixa). Foi aí que a gastro que a acompanha sugeriu fazer um teste de provocação oral (TPO) ou enfrentamento na clínica.
Para quem não conhece o termo, TPO é um teste que consiste em ofertar o alimento alergênico em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com concomitante monitoramento de possíveis reações clínicas. Em outras palavras, é dar leite para a Malu para ver se ela tem alguma reação!
Foi aí que surgiu o medo! Muito medo!
Nós já fizemos um TPO antes, quando a Malu estava com um pouco mais de um ano. Ela não reagiu durante o teste, mas depois surgiram manchas na pele e uma assadura bem feia e suspendemos a reintrodução do leite.
Olhando o histórico dela parece que agora o momento é adequado. Se ela não fosse minha filha, eu certamente diria para a mamãe “- faz o teste, só assim você vai saber se ela está curada ou não!”

Só que… Depois de mais de 2 anos aprendendo sobre a alergia alimentar cheguei a conclusão que fiz tanta coisa errada, por falta de orientação mesmo. Não fiz dieta durante a amamentação, não segui nenhum esquema especial na introdução dos alimentos sólidos, não controlei traços como devia… Isso me enche de culpa! E o medo se alimenta dessa culpa!

Ao mesmo tempo fico pensando nas privações que ela passa nas festinhas da escola, nos restaurantes, nas casas dos amigos… No tanto de “nãos” que ela ouve… e na carinha que ela faz quando pergunta: ” – mamãe, quando eu cresceu eu vou poder comer coisas com leite?”

Bom, não fizemos o TPO em julho, como a gastro queria e nem foi por decisão minha… No dia que a médica estava de plantão na clínica, a Malu estava se recuperando de uma infecção respiratória e tomando antibiótico. Talvez essa época do ano não seja muito adequada, uma vez que os resfriados são mais comuns no inverno, né?

Então, eu ganhei um tempo e, para me sentir mais segura, resolvi marcar uma consulta com outro alergista para ter mais uma opinião e se possível fazer um novo Prick-test. A consulta será no dia 13 de agosto.

Depois da consulta, dependendo da opinião do médico e do resultado dos testes, eu prometo não deixar o medo me paralisar e dar mais um passo rumo à cura.

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Depoimento – Mamãe Talita

O Depoimento de hoje é da Mamãe Talita, que o mandou via comentário no blog. Obrigada por permitir que eu compartilhe com os outros a sua história!

Olá, Meu nome é Talita, queria compartilhar experiencia no diagnostico de APLV da minha filha Letícia.
Nunca deixe de acreditar no seu instinto de mãe.
Tudo começou com a primeira diarreia da Letícia, des daquele momento soube que havia algo errado, e no fundo pensei que seria o leite, mas médico me orientou que era normal, então por conta própria começamos a trocar de leite várias vezes, a cada troca um sofrimento com cólicas, depois apareceu a tosse e o nariz escorrendo, mais uma vez médico achou que poderia ser apenas uma gripe. Então durante dois meses acertamos o leite nada de diarreia, porem a tosse e o nariz só piorava, então tentamos outra médica que diagnosticou com sinusite, ae começaram mais remédios e o que estávamos evitando o antibiótico.
Nos 2 primeiros dias só felicidade, Letícia parecia ótima nada de tosse muito menos nariz entupido, quando de repente começaram os vômitos frequente e o desespero bateu, então a internação e meu mundo desabou, mas fui forte aguentei firme. E como o velho ditado: “São nos momentos mais difíceis que descobrimos quem são nossos verdadeiros amigos”. Parecia que o pesadelo tinha acabado saímos do hospital, foi então a hora de dar a primeira mamadeira depois daquele caos, e adivinhem sim ela voltou a vomitar, e o desespero voltou, tentamos o leite de soja, deu certo por 1 dia porém o vomito voltou. Decidi que era hora de tentar um especialista que havia algo errado, fomos para o médico que atendeu a Letícia de urgência, onde o mesmo fez alguns exames e por causa de seu quadro de uma infecção um pouco avançada no intestino não tinha como ter certeza se ela era intolerante ou tinha uma alergia a lactose, passou as injeções e trocou o leite para um hidrolisado. No primeiro dia Lele estava ótima mamou e nada de diarreia nem vômitos, porém algumas manchas começaram aparecer em seu corpo e mais uma vez meu mundo estava desabando sem saber o que fazer me sentindo de mãos atadas sem poder ajudar a pessoa mais importante da minha vida. Logo de manha ligamos para o médico, o mesmo informou que poderia ser da infecção, na mesma noite percebi que a cada mamada Letícia ficava mais vermelha, decidi ligar de novo e passar pelo médico. Dr pediu alguns exames de urgência, e claro o que nunca pensei que aconteceria com a minha filha aconteceu diagnosticada com Alergia a Lactose e Soja, receitada com leite Neocate ou Alfamino.
Depois da primeira mamada com seu novo leite sem sintomas de rejeição e sua pele melhorando estamos nos adaptando, mamadeiras antigas inutilizadas, chupetas e tudo aquilo que pode ter traço das proteínas do leite.
Claro que depois do diagnóstico ficamos mais tranquilos, porém surgiram alguns problemas como: o custo do leite, onde achar o leite, e o preconceito.
Familiares e colegas nos criticam a todo momento, mesmo após ver a foto da minha filha cheia de manchas na pele, ainda dizem que é frescura dar um leite tão caro. Mas não há preço que pague a saúde da nossa princesa.
Vi depoimentos de algumas mães e sei como é difícil, e que muitos médicos não estão aptos a diagnosticar alergia ou intolerância. Siga mais seu coração de mãe, procure sempre uma segunda opinião, se precisar a terceira e quarta e assim por diante, mas não aceite um simples diagnostico que é normal e que vai passar.
Gostaria também de informar as mãe que estão com dificuldade de encontrar o leite ou mesmo acha caro, consegui mais barato direto do site da danone especial: http://www.sabordeviver.com.br
E caso alguém precisar de uma força ou apenas um “ombro” amigo estou aqui. Obrigada pelo espaço e te admiro por estar sempre dando conselhos as mães. Abraços!

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Dieta de exclusão para amamentar X Fórmula especial, que caminho trilhar?

Inspirada pelo post da Shirley do Macetes de Mãe http://www.macetesdemae.com/2014/07/mais-respeito-por-favor.html#comment-29735, gostaria de escrever sobre algo que me aflige a algum tempo, com relação ao Respeito ao próximo. Neste post, ela escreveu sobre as críticas que a cantora Sandy recebeu por escolher ter seu filho de cesárea. Leia no link sobre esta polêmica – aliás, a minha opinião é a mesma da Shirley, sem tirar nem por!

Enfim… qual a ligação com APLV afinal? Nesta mesma onda, às vezes temos este tipo de discriminação entre as mamães de bebês com APLV… entrar da dieta da exclusão e continuar a amamentação ou partir para as fórmulas especiais? Pois bem, eu admiro imensamente às mães que escolhem a dieta da exclusão para a amamentação! São mulheres de muita garra. Mas eu não consegui… Quando tivemos o diagnóstico da APLV com 40 dias de vida da Helena, eu já havia perdido os 15 quilos adquiridos na gravidez (considerando que, calculando o IMC, sempre na minha vida estive na curva do baixo peso praticamente desnutrida – e não por opção, por genética mesmo). Tinha pouco leite (meu peito nunca enchia, eu tinha que massagear por um tempo antes de colocar ela pra mamar senão nada saia)! Além disso, nos exames sanguíneos minha anemia voltara (em níveis baixos, mas voltara). Me sentia fraca e cansada (como qualquer mãe na quarentena). Como eu conseguiria entrar na dieta exclusiva (considerando que não é só cortar leites e derivados e sim cuidar com traços e tudo mais)? Naquele momento eu simplesmente não tinha forças… Pensei, refleti, chorei, chorei e decidi pela fórmula. Chorei mais e mais ao ver meu leite secar, quando tanto me preparei pra amamentar… mas acho que fui sensata, fui consciente, foi a melhor decisão pra minha filha e pra mim.

Portanto, penso que a decisão de entrar na dieta e amamentar ou comprar a fórmula especial deve ser da mãe, da família, e as outras pessoas precisam respeitar. Cada caso é um caso, não julguemos sem saber. O que uma mãe de alérgico mais precisa (além de informação correta) é apoio, é incentivo. É isso que tento fazer mantendo este blog. Seja qual for a sua decisão, que seja a melhor pra vocês. Boa sorte. Com carinho, Samanta.

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Dicionário APLV

Este post retirei do site da querida Mari – aliás dar uma passadinha no site dela é indispensável, muita coisa legal constantemente! =) Fonte: http://www.desafiomamae.com.br/dicionario-aplv/

Ao descobrir a alergia à proteína do leite de vaca da minha filha, tive que aprender muito mais além daquilo que ela pode ou não pode comer, tive de incorporar ao nosso dia-a-dia um verdadeiro dicionário APLV.

Começando pela sigla APLV, que significa Alergia à Proteína ao Leite de Vaca, esclareço abaixo diversas palavras relacionadas a esta alergia:

LV: leite de vaca

CV: carne de vaca

LA: aleitamento com fórmulas infantis. Estas fórmulas podem ser introduzidas na alimentação de lactentes com a indicação expressa de um profissional de saúde em pequenas quantidades, mesmo quando o bebê ainda se alimenta de leite materno, recebendo o nome de complemento. Saiba como foi a introdução da fórmula infantil e a primeira reação alérgica da minha filha.

LD: livre demanda. Aleitamento materno sem horários definidos para a amamentação. Consulte o post completo sobre Livre Demanda.

IA: introdução alimentar em bebês que até então somente se alimentavam de leite materno. É durante a introdução alimentar de determinados alimentos que podem ser observadas as primeiras reações alérgicas.

Provocação: teste de introdução de alimentos com proteínas do leite de vaca na alimentação do indivíduo com APLV. Este teste também pode ser chamado de duplo-cego, quando médicos e responsáveis não sabem que o indivíduo possui em sua dieta os alimentos alergênicos.

LM: aleitamento materno.

Dieta de exclusão ou hipoalergênica: retirada dos alimentos com proteínas do leite de vaca da dieta. Fiz um post sobre a dieta hipoalergênica da mamãe durante o LM.

Traços: “contaminação” do produto que foi fabricado ou manipulado por máquinas e/ou utensílios onde foram fabricados ou manipulados produtos com proteína do leite de vaca ou derivados. Assim, os produtos com traços de leite acabam por conter quantidades mínimas desses ingredientes durante a fabricação ou manipulação. Também fiz um post com mais informações sobre os traços de leite, para acessar o post completo.

Alimentos limpos: alimentos que não possuem em sua composição proteínas do leite de vaca, incluindo a isenção de traços.

Manifestações mediadas ou não mediadas: são reações mediadas por IgE aquelas que ocorrem de minutos a duas horas após a ingestão do alimento alergênico. Manifestações não IgE-mediadas, ocorrem 48 horas ou até uma semana após o contato. Para mais informações sobre as reações após a introdução do alimento alergênico.

Ingredientes que podem conter leite de vaca: aroma de queijo, sabor caramelo, caseína, sabor creme da bavária, caseinato, sabor creme de coco, lactoalbumina, sabor de açúcar queimado, lactoglobulina, sabor de manteiga, lactose, sabor iogurte, lactulose, sabor leite condensado, proteínas do soro, sabor queijo, soro de leite, whey protein, sabor artificial de manteiga e soro de manteiga.

Lactose: açúcar presente no leite e seus derivados.

IL: intolerância a lactose. Também fiz um post sobre a diferença entre intolerância a lactose e alergia à proteína do leite de vaca.

RAST: exame de sangue para o diagnóstico da alergia alimentar. Este exame pesquisa a presença de anticorpos IgE (responsáveis pela alergia) para o alimento suspeito de desencadear alergia alimentar. Através deste exame, é diagnosticada alergia aos principais alimentos que causam reações alérgicas: leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, castanha e nozes, peixes e frutos do mar. Acesse o post sobre o aumento dos casos de alergia alimentar.

Muco: uma das reações causadas pela alergia à proteína do leite de vaca é o aumento do catarro (o leite de vaca aumenta o muco), presentes nas crianças que parecem sempre estar doentes. Outras reações causadas pela APLV são quadros de diarreia, peso menor do esperado, prisão de ventre, irritabilidade, refluxo, vômitos, vermelhidão na pela, chiado, entre outros. Leia o relato completo da descoberta da APLV da minha filha.

Diário alimentar: relatório diário com informações sobre a alimentação ingerida pela pelo indivíduo com alergia à proteína do leite de vaca.

E Atenção! Somente um profissional de saúde está capacitado para diagnosticar a APLV. Juntamente com ele, o nutricionista poderá prescrever a dieta correta para que o seu bebê não tenha problemas de desenvolvimento e crescimento por falta de nutrientes.

Se você se lembrar de algum outro termo, ou tenha dúvidas em relação a um termo provavelmente relacionado à APLV, comente, que responderei e/ou completarei o nosso Dicionário APLV imediatamente.

Abraços,

Mari.

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Helena com 1 ano e 5 meses

Como já comentei, a Helena está curada da APLV faz alguns meses. Conforme indicação da gastro devo dar Aptamil 3 até completar três anos (ela mama duas mamadeiras por dia). Sua alimentação é sem restrições, mas procuramos controlar leite e derivados – até porque duas vezes por dia toma o seu leite. Semana passada ela teve dois dias de diarreia braba, levamos no pediatra e diagnosticou virose. Além de oferecer soro (que ela só aceitou o de guaraná diluido e bem geladinho) ele me deu um guia de alimentação, que me surpreendeu: bolacha salgada, pão, canja de galinha com arroz, batata e chuchu cozidos, maçã e banana preferencialmente cozidos também, chá de folha de goiaba ou pitanga e obviamente, redobrar a atenção na higiene. Também neste guia mandou cortar leite e derivados e trocar o leite dela pela versão sem lactose por duas semanas. Ele explicou que nada a ver com APLV, mas a lactose agrava o quadro de diarreia pois afeta as paredes do já doente intestino. Achei interessante e por isso lhes aviso!  Um grande abraço a todos que acompanham o blog e caso queiram alguma postagem específica só me solicitar por email! =)

DSC04486Minha lindinha brincando